quinta-feira, 27 de março de 2008

Projeto Capoeira Entre Amigos - Centro de Treinamento



Projeto Capoeira Entre Amigos
Centro de Treinamento
Sargento – Angélica – Caco Véio – Pequeno - Repolho


Convidam para


OFICINA DE BERIMBAU


Ministrador: Prof. Sargento (Flavio)


Dia: 26/04/2008
Horário: 9h
Investimento: R$ 30,00
Local: Projeto Capoeira Entre Amigos
Centro de Treinamento
Estrada do Campo Limpo 5880
São Paulo – SP
Tel: 9786-4567 Sargento

Fazer depósito: Banco Santander
C/C 01 010981-10 – Flávio de Jesus Oliveira
Informar via e-mails ou tel para reserva da vaga.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Foi-se Sérgio de Souza, o nosso Serjão


Morreu em São Paulo aos 73 anos o jornalista Sérgio de Souza, o Serjão. Operado dia 10 de março de 2008 em razão de uma perfuração no duodeno, morreu em decorrência de complicações na madrugada de hoje, terça-feira, 25 de março, no Hospital Osvaldo Cruz.Sérgio deixa viúva a jornalista Lana Nowikow, com quem teve três de seus sete filhos.
Nascido em 1934 no Bom Retiro, bairro tradicional no centro da capital paulista, Serjão era um autodidata. Não chegou ao curso “superior”, mas fez-se na rua e nas redações “doutor” em jornalismo. Bancário, recém-casado, viu uma notícia na Folha de S. Paulo no fim da década de 1950, do tipo “você quer ser jornalista?”, e para lá se dirigiu. Fez um teste e, aprovado, entrou para a reportagem do jornal da Barão de Limeira, onde nos conhecemos.Quatro anos depois, a convite de Paulo Patarra, transferiu-se para Quatro Rodas, da Editora Abril. Ali, em 1966, faria parte da equipe que fundou e lançou REALIDADE, cujo forte era a reportagem, revista “cult” daquela editora e maior sucesso jornalístico do gênero neste país.
Avesso a entrevistas, até tímido diante de uma câmera, microfone ou mesmo um colega de caneta e papel na mão, Serjão não deixou muitas pistas sobre sua vida particular, onde estudou, que preferências tinha em matéria de literatura, cinema, e outras trivialidades que costumam compor um necrológio. Certo é que Sérgio de Souza é o último monstro sagrado vivo que se vai de uma geração que fez, além de REALIDADE: a revista quinzenal de contracultura O Bondinho; o jornal mensal de política, reportagem e histórias em quadrinhos Ex-; o programa de televisão 90 Minutos na Bandeirantes – entre dúzias de trabalhos.Há onze anos, em abril de 1997, Sérgio lançou, com amigos e associados, a revista Caros Amigos, que vinha dirigindo até duas semanas atrás.
A importância de Serjão para o jornalismo pátrio é discreto como sua figura e incomensurável como seu tamanho – pois se dá justo naquele trabalho quase anônimo do editor, do editor de texto, da palavra seca, cortante, exata, da melhor linha humano-política na orientação ao repórter, ao subeditor, ao chefe de arte, ao departamento comercial, advinda de um caráter íntegro e de um senso jornalístico próprio dos gênios.Dedicou 50 anos à profissão, na qual não fez fortuna, ao contrário: deixa dívidas. Aliás, uma de suas últimas criações foi o “Anticurso Caros Amigos – Como não enriquecer na profissão”.
Aos que o sucedem em Caros Amigos, fica a desmedida tarefa de homenagear sua memória fazendo das vísceras coragem e coração para tocar o barco em frente.
Mylton Severiano, editor-executivo de Caros Amigos - Fonte:
http://carosamigos.terra.com.br/

segunda-feira, 24 de março de 2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

Chico. Esse é especial...







Raízes


De onde venho há silêncio. pra preencher esse tipo de abismo os homens abóiam e as mulheres cantam benditos. às vezes é o contrário. por artes de diversão os adultos também atracam-se em noites de forró ou podem passar horas em torno de dois violeiros a fazer repentes. e as crianças brincam de roda, caí-no-poço, anel. mas também pode ser tudo misturado, gente grande e pequena sem diferença. e todos vêem televisão: jogo de bola, novela, programa de calouro. e ouvem rádio, em alto volume.
havia mais silêncio quando minha mãe, dona etelvina, me deu à luz. era 26 de janeiro de 1964, aí pelas cinco e meia da tarde. aquário ascendente gêmeos. para quebrar o silêncio, os trovões de uma tempestade janeira. dizem que eu respirava com dificuldade, chorava com facilidade. herdei o primeiro nome do meu pai e do santo com que minha mãe se pegava em tudo e por tudo: francisco. meu único irmão homem cismou que seria bom eu ter um nome de rei. daí o césar. minhas cinco irmãs não foram consultadas e eu fiquei sendo francisco césar filho até os sete ou oito anos. depois, francisco césar gonçalves. no rancho do povo, numa casa de beira de estrada sem asfalto, há quatro quilômetros de catolé do rocha, era onde vivíamos. aí tive minha infância de caçula.

a televisão só chegaria em catolé do rocha na copa de 70 para que os sertanejos paraibanos se aboletassem na praça boquiabertos como o resto do mundo vendo pelé, gérson, tostão, jairzinho, rivelino. um ano antes conheci o gelo, numa festa para comemorar a saída de meu irmão da cadeia. ele havia sido preso com outros estudantes por subversão.
cedo fui pra escola já sabendo soletrar e até ler um pouco. uma escola rural com o aperto de mão da aliança para o progresso na parede. depois o rigor do colégio das freiras franciscanas alemãs, onde minha tia maria lavava roupa e conseguiu uma bolsa de estudos pra mim e algumas das minhas irmãs. pelo meio, um pouco no colégio dos padres capuchinhos. mais colégio das freiras, colégio estadual, terceiro científico no colégio tambiá de joão pessoa e por fim o curso de comunicação na universidade federal da paraíba.
menino ainda, com oito anos de idade, fui trabalhar no lunik. loja de discos, de livros e também um foto. por essa época as freiras bombardearam catolé com flautas doces. por todos os lugares, debaixo dos pés de algaroba, das cajaraneiras e mangueiras, nas praças e nos campinhos de futebol tinha um menino ou menina, pobre ou remediado, fazendo "tuts". eu era um deles, e a música instalava-se irremediavelmente em mim. primeiro vieram as "bandas cover", a partir dos dez anos, como super som mirim e the snakes, com instrumentos inventados por mim e meus amigos. depois, aos 14 anos, o grupo ferradura. com canções próprias, desbravamos festivais em souza, cajazeiras, patos, pombal (todas na paraíba). aos 16 anos, ao mudar para joão pessoa conheci os irmãos paulo ró e pedro osmar. eles formavam o grupo jaguaribe carne, voltado para experimentação de linguagens, e me adotaram. mostraram-me
música aleatória, poesia concreta, cinema novo, mao tsé tung, poesia pornô, música do mundo, dodecafonismo. pra quem vinha do sertão mal conhecendo joão cabral, era uma farra. o grupo existe até hoje e é uma referência muito forte na minha vida.
em fins de 1984 deixei joão pessoa com destino a são paulo. antes passei por ouro preto (MG), barra mansa (RJ) e um pouquinho no rio de janeiro. em maio de 85 cá estava eu, em sampa. nordestino demais para tocar nos espaços modernetes da cidade e com uma música muito esquisita para tocar nas casas de forró. continuei a trabalhar como jornalista. fui revisor, copidesque, repórter e preparador de textos. fazia pequenos shows em bares e teatros alternativos.
numa viagem para a alemanha, a convite da sociedade cultural brasil-alemanha para fazer algumas apresentações, quase fico por lá. mas voltei, decidido a me dedicar enfim só a música. participei de alguns festivais, montei a câmara dos camaradas que depois virou
cuscuz clã. em 1994 gravei o aos vivos aconselhado e co-produzido pelo engenheiro de som egídio conde. o disco só veio sair um ano depois pela gravadora velas. a extinta rádio musical começou a tocar "à primeira vista". comecei a lotar de estudantes o bambu brasil, também extinto. vieram os outros discos
, a gravação de músicas minhas por diversas intérpretes importantes, as turnês pelo brasil, no japão e na europa. Fonte: chicocesar.com.br - matéria do marinheiro

terça-feira, 4 de março de 2008

Sei lá, Mangueira

Mangueira
Teu cenário é uma beleza
Que a natureza criou...
Vista assim do alto
Mais parece um céu no chão
Sei lá
Em Mangueira a poesia
Feito um mar se alastrou
E a beleza do lugar
Pra se entender
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar
Sei lá, nãosei
Sei lá, não sei
Não sei se toda a beleza
De que lhes falo
Em Mangueira a poesia
Num sobe-desce constante
Anda descalça ensinando
Um modo novo da gente viver
De pensar e sonhar, de sofrer
Sei lá não sei
Sei lá não sei não
A Mangueira é tão grande
Que nem cabe inspiração

Música - Elza Soares

Simplesmete linda essa letra.